Ontem, dia 23, foi o dial mundial do combate ao estresse. E para falar mais sobre o assunto, separamos um texto da autora Gabriela Rocha do blog do Ministério da Saúde
Depois de 13 anos como professora, Stela Hoshi, 34 anos, tomou a decisão que mudou sua vida, largar a carreira na educação infantil para se dedicar a um ateliê onde ensina costura e outras habilidades manuais. “Dava aula de inglês para crianças muito pequenas. Cheguei ao ponto de olhar crianças na rua e não querer lidar com elas. Ia à festa de aniversário de crianças da família e tudo o que queria era sumir dali. Comecei a refletir e senti que se continuasse eu não ia conseguir ter filhos e conviver com as pessoas”, relembra.
O que ela não sabia é que estava lidando com estresse, uma palavra que tem origem inglesa "stress", que significa "pressão", "tensão" ou "insistência". O estresse é uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. A reação ao estresse é uma atitude biológica necessária para a adaptação às situações novas e atinge mais de 90% da população do mundo.
Segundo ela, em uma viagem de férias veio à gota d´água. “Estava tão sobrecarregada que passei dois dias chorando, sem conseguir relaxar. Foi quando meu marido sugeriu que eu deixasse o trabalho. Quando voltei, pedi demissão e comecei a procurar uma nova forma de vida e de trabalho”, conta.
“A profissão de professor é bastante pesada, parecia o trabalho não acabava. Quando chegava em casa, ainda tinha fichários para preencher, prova para corrigir, cortar os papéis para os alunos que eram pequenos. Sentia que dormia e acordava trabalhando. Isso foi me pesando com o passar dos anos”, completa Stela.
Um ano depois, a professora enxerga o saldo da mudança de forma positiva. “É claro que a decisão afetou o lado financeiro. Hoje, não tenho mais aquele salário garantido. Mas sou muito mais tranquila, durmo sem ajuda de remédios”. Para quem tem vontade de tentar um novo caminho, Stela recomenda se organizar. “Não pretendia largar completamente meu trabalho, mas já pensava em reduzir a carga horária. Foi fundamental fazer uma poupança e contar com a ajuda do meu marido e da minha mãe para pensar o que eu podia fazer para mudar essa realidade”.
O estresse pode ser causado por condições desfavoráveis, sejam elas do ambiente profissional, familiar ou social, podem levar a um grau “negativo” de estresse, que desequilibra todo o organismo humano, propiciando o aparecimento de diversas doenças. Além disso, compromete a qualidade de vida e a saúde física e emocional, podendo gerar insônia, cansaço, dor de cabeça, tristeza e irritabilidade, dificuldade em se concentrar e falhas na memória, perda ou ganho de peso, insatisfação constante e isolamento social, má digestão, baixa imunidade.
Um estudo publicado este ano pela European Heart Journal, constatou que empregados que sofrem de estresse crônico têm 68% mais chance de desenvolver doenças cardíacas. Além disso, diversos levantamentos garantem que o problema aumenta o risco de desenvolvimento de neoplasias.
Tipos de estresse:
1. Agudo: é mais intenso e curto, sendo causado normalmente por situações traumáticas, mas passageiras, como a depressão na morte de um parente. 2. Crônico: afeta a maioria das pessoas, sendo constante no dia a dia, mas de uma forma mais suave.
A evolução do estresse se dá em três fases: 1.Fase de Alerta: ocorre quando o indivíduo entra em contato com o agente estressor.
Sintomas:
Mãos e/ou pés frios; boca seca; dor no estômago; suor; tensão e dor muscular, por exemplo, na região dos ombros; aperto na mandíbula/ranger os dentes ou roer unhas/ponta da caneta; diarreia passageira; insônia; batimentos cardíacos acelerados; respiração ofegante; aumento súbito e passageiro da pressão sanguínea; agitação.
2.Fase de Resistência: o corpo tenta voltar ao seu equilíbrio. O organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo.
Sintomas:
Problemas com a memória; mal-estar generalizado; formigamento nas extremidades (mãos e/ou pés); sensação de desgaste físico constante; mudança no apetite; aparecimento de problemas de pele; hipertensão arterial; cansaço constante; gastrite prolongada; tontura; sensibilidade emotiva excessiva; obsessão com o agente estressor; irritabilidade excessiva; desejo sexual diminuído. 3.Fase de Exaustão: nessa fase podem surgem diversos comprometimentos físicos em forma de doença.
Diarreias frequentes; dificuldades sexuais; formigamento nas extremidades; insônia; tiques nervosos; hipertensão arterial confirmada; problemas de pele prolongados; mudança extrema de apetite; batimentos cardíacos acelerados; tontura frequente; úlcera; impossibilidade de trabalhar; pesadelos; apatia; cansaço excessivo; irritabilidade; angústia; hipersensibilidade emotiva; perda do senso de humor.
Prevenção e controle
Alimentação: durante o processo de estresse, o organismo perde muitas vitaminas e nutrientes, portanto, para repor essa perda é recomendado comer muitas verduras e frutas, pois são ricas em vitaminas do complexo B, vitamina C, magnésio e manganês. Brócolis, chicória, acelga e alface são ricas nesses nutrientes. O cálcio pode ser reposto com leite e seus derivados. Atividade Física: qualquer atividade física proporciona benefícios ao organismo, melhorando as funções cardiovasculares e respiratórias, ajudando no condicionamento físico e induzindo a produção de substâncias naturalmente relaxantes e analgésicas, como a endorfina.
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53983-entenda-como-o-estresse-pode-impactar-na-sua-saude. Acesso em: 24 de setembro de 2020.
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